Alexandra é a única obra de Lícofron que chegou até nós. O autor foi um dos sete poetas da plêiade helenística e trabalhou na Biblioteca de Alexandria no reinado de Ptolomeu II (285-246 a.C.). Neste poema épico, elaborado sob a forma de um monólogo trágico, Alexandra (isto é, Cassandra) profetiza quase mil anos de história, da queda de Troia até a fundação de Roma e as conquistas de Alexandre — antecipando a Eneida de Virgílio e incluindo um reconto da Odisseia de Homero.
Cassandra fora amaldiçoada por Apolo, que fez com que ninguém acreditasse em seus vaticínios. Assim, o poema traz uma linguagem elíptica, repleta de neologismos e alusões enigmáticas, que tem desafiado os estudiosos desde a Antiguidade e conquistado a admiração de muitos escritores, de Mallarmé a Celan, de Marguerite Yourcenar a Paul Auster.
Realizada por Trajano Vieira, que procurou recriar a fina tessitura poética do original, esta é a primeira tradução da obra para o português. O volume, bilíngue, traz ainda notas e um índice de nomes que ajudam o leitor a acompanhar os vários mitos e personagens referidos no texto.
Alexandra de Lícofron – entrevista
Alexandra de Lícofron (2017) – tradução, introdução e notas de Trajano Vieira
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